quarta-feira, 23 de outubro de 2013

DEUS É FIEL

Êxodo 33.12-33
No dia 16 de julho de 1054 aconteceu o primeiro cisma( divisão) na Igreja, causando divisão entre Igreja Oriental e Ocidental. Passaram-se 959 anos desde que este fato histórico aconteceu.
Em 31 de Outubro de 1517, deu-se mais uma divisão na Igreja com o movimento liderado pelo frei agostiniano Martinho Lutero, que foi excomungado da Igreja por combater falsas doutrinas. Se as autoridades eclesiásticas tivessem ouvido Lutero, a história seria contada de forma diferente. Lutero, bem como Wesley, nunca desejou fundar uma nova igreja. Wesley tinha medo que esta nova igreja, pudesse se tornar em uma religião “morta e sem propósitos.” Outras divisões na Igreja aconteceram nos séculos seguintes e continuam acontecendo nos dias atuais.
A causa principal da mutilação da Igreja é a infidelidade do ser humano para com  o seu Deus e Salvador. Apesar disso, no entanto, Ele continua sendo Fiel em Seus propósitos e promessas.
Quando o povo no deserto construiu, ergueu e adorou o bezerro de ouro, tornando-se infiel a Deus, ele não respondeu com a mesma moeda, pelo contrário, manteve-se fiel em seus desígnios e perdoou àqueles/as que se arrependeram. Da mesma forma Ele continua demonstrando sempre de nova a sua fidelidade àqueles/as que foram remidos/as em Cristo Jesus, fazendo deles/as filhos/as e herdeiros/as da vida abundante e eterna.
Apesar da infidelidade humana que continua provocando divisões no cristianismo e mutilando a Igreja, o nosso Deus fiel nos abençoa com a Palavra, sacramentos e ministérios. E o faz através de da Sua presença, de pessoas comprometidas com o reino e com Igrejas, verdadeiramente, cristãs onde a verdade é ensinada com eficácia e responsabilidade.

Minha oração:

Obrigado Pai, pois, a Tua fidelidade se renova a cada novo dia. Perdoa nossa fraqueza humana que tem causado tantas divisões em Seu Corpo. Ajuda-nos para que, firmados na Sua Palavra, alcancemos a unidade em Cristo. Amém!

O SEXO DOS ANJOS

Ao longo do período medieval, o processo de organização da Igreja Católica determinou a formação de uma complexa hierarquia normatizadora das atribuições delegadas a cada um dos membros de tal instituição. A criação das ordens religiosas determinava a formação de um clero que tinha como função primordial estabelecer o espalhamento do cristianismo em todo o continente europeu.
Nesse processo, a Igreja acabou por ocupar não só a posição de mais importante e influente instituição dos tempos medievais. A formação oferecida pelos membros do clero traçava um enorme contraste junto a uma população que, em sua maioria, vivia no ambiente rural e estava afastada do universo letrado. Por serem os poucos a terem acesso à leitura e a escrita, os padres, monges, bispos e cardeais da Igreja passaram também a ocupar o lugar da elite intelectual daqueles tempos.
Uma grande parte das concepções e explicações oferecidas à população era fruto daquilo que os membros da Igreja determinavam como sendo verdadeiro. Os dogmas ou as tais “verdades eternas” eram abraçados pelos fieis na condição de uma explicação segura sob os mais diversos aspectos da vida. Toda vez que uma nova questão aparecia, os clérigos de maior expressão se reuniam nos chamados concílios.
Nessa situação, o poder e o respaldo da Igreja se alargaram a tal ponto que os membros desta passaram a discutir questões, no mínimo, estranhas. No século XV, por exemplo, uma reunião de autoridades clericais acontecia na cidade de Constantinopla. Enquanto debatiam diversos temas de ordem teológica e religiosa, os turco-otomanos empreenderam os violentos ataques que determinaram a perda daqueles territórios controlados por reinos cristãos.
Em uma situação destas, muitos poderiam imaginar que os clérigos estavam ali enclausurados para decidir questões de grande urgência e relevância. Contudo, os documentos da época revelaram que, entre outras coisas, os religiosos ali presentes discutiam se os anjos tinham ou não tinham um sexo. Ao fim do embate, ninguém conseguiu chegar a uma conclusão segura. Não por acaso, a expressão “discutir o sexo dos anjos” ainda é bastante empregada para definir aquelas discussões que parecem nunca chegar a um fim!

“Sexo dos anjos é uma referência a debates teológicos que ocorriam em Constantinopla, inclusive nos momentos que precederam a sua queda diante dos turcos otomanos. A expressão discutir o sexo dos anjos ganhou o significado de perder tempo discutindo um assunto absolutamente inútil e impossível de ser determinado, quando existem problemas mais importantes.”